BRASIL II – AULA 29/03/2012
INTERIORIZAÇÃO DA METROPOLE
1-quais são de maneira geral as criticas que a autora faz a imagem tradicional da colônia em luta contra a metrópole?
2 – como a autora Maria Odila define o processo de interiorização da metrópole?
3 – quais são os agentes históricos que participaram do referido processo e quais os que dele foram excluídos?
4- como se pode relacionar a interiorização da metrópole e a independência?
PONTOS SOBRE O TEXTO
O Brasil independente não é resultado da visão tradicionalista sobre o fato do conflito da colônia contra a metrópole. Uma nova concepção seria a substituição da imagem do Brasil contra Portugal o que seria uma nova concepção sobre o fim do período colonial e o inicio do Brasil independente.
A concepção que o Brasil de tornou independente pela ideia de conflito foram resultados de movimentos nativistas que anteciparam a nacionalização brasileira através do relato do conflito colônia X metrópole e heróis brasileiros.
Em contraste com conflito, a autora defende uma ideia oposta, ou seja, não existe uma ruptura e sim uma continuidade essencial. Não existia uma ideia nacional, um sentimento nacionalista . é uma visão anacrônica da visão do Brasil como colônia em conflito com a metrópole.
Então, que Brasil existia? Existia uma fragmentação, um regionalismo, devido a própria imensidão da colônia, com dificuldades entre uma capitania e outra. Nos habitantes que aqui residiam não existia um laço. Tanto que a bandeira nacional no inicio foi uma tentativa para forjar tal nacionalidade.
Na verdade a independência do Brasil foi fruto de um processo histórico singular, particular. Não foi o resultado de uma revolução brasileira e sim uma guerra civil entre poucos brasileiros. O ponto de partida está em 1808, pela interiorização da metrópole. Não se trata de uma ruptura com a metrópole e sim de aproximação que se enraíza no rio de janeiro. Então a independência foi feita para deixar as coisas como elas estavam.
Dá para levar em conta cidadania no Brasil do século XIX? Essa sociedade era baseada no antigo regime, com reis, súditos, aristocratas, plebeus, uma sociedade estamental, com regime escravocrata que agrava a divisão social. Então falar em igualdade nesta época não faz sentido, pois a palavra cidadãos não se aplica a realidade desta época. A ideia de povo pressupõe um ideal de igualdade, o que não existia no Brasil. Existia uma conservadoria,
Então o obstáculo para nacionalidade são os conflitos regionais e a separação aguda entre a elite branca com a população formada por escravos.
A principal preocupação da elite é o controle social para não dar margens a rebeliões, afinal, existia um abismo da elite e a população pobre, alem dos regionalismos.
A grande mudança, a interiorização da metrópole acontece restritamente num circulo da elite luso brasileira, onde o ponto de partida é 1808. para a massa escrava entre 1808 e 1822 não houve mudanças fundamentais. Esta interiorização foi um processo de aproximação das elites na pratica, uma absorção da burocracia da metrópole no sentido ideológico. É uma elite que depois de alguns anos foi a dirigente no Brasil.
A semente plantada em 1808 vai se concluir em 1853 com a formação da nação brasileira. Mas esta formação algum dia se concluiu, já que a ideia de nação está ligada a um ideal. Afinal, em 1808 não prevaleceu ideais e sim interesses. Por isso, com o tempo portugueses e brasileiros bem nascidos vão se enxergar através de uma identidade voltada para seus interesses, através de relações comerciais e até casamentos. Isto exclui a maior parte da população até mesmo a elite situada longe do rio de janeiro, pois na sociedade de cortes não há separação entre o publico e o privado, daí a distancia ser um obstáculo para esta relação de poder. O projeto do estado brasileiro então é excludente e elitista. Desta forma o brasileiro pobre é mais estrangeiro aos olhos da elite daqui que o português.
Desde a interiorização da metrópole em 1808, se mostrou impossível a volta do Brasil com suas características anteriores, então seria interessante manter a sociedade na forma como ficou e a saída para tanto foi a independência. Não existia uma identidade nacional, o que importava é que os interesses fossem mantidos e a independência foi um meio para isso, com o propósito de conservar e manter o funcionamento da metrópole, mantendo o Brasil a salvo do iluminismo e do liberalismo europeu. O Brasil então se tornou um refugio do absolutismo régio, afinal, a figura do monarca é forte. Por isso a decisão reacionária de manter a escravidão.
Então, a marca fundamental da independência é de permanência.
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