quinta-feira, 19 de abril de 2012

DATAS DAS PROVAS (A1)

24/04 - AMERICA II
24/04 - DIDATICA
3/05 - BRASIL II
7/05 - MODERNA II

OFICINA III - TRABALHO

DIDATICA - aula 17/04

MULTIDISCIPLINARIDADE, INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSDISCIPLINARIDADE

MULTIDISCIPLINARIDADE - é o curriculo que existe nas escolas. O curriculo não tem articulação entre as disciplinas. Cada disciplina é dada separadamente.

Os neoliberais perceberam que a escola estava defasada devido a multidisciplinaridade - que estimula a especialização de um conteudo - que faz com que o aluno não consiga utilizar a informação em contextos e situações diversas. Isto gera uma falta de sintonia entre a escola e a sociedade e com isso a escola se torna um lugar chato. Bill Gates - entre outros - entendeu que valia a pena investir em outro tipo de escola, patrocinando as que trabalhem principalmente com a transdisciplinaridade.

INTERDISCIPLINARIDADE - acontece em muitas escolas, onde as disciplinas se comunicam, ou seja, se articulam entre si. Por exemplo: a escola quer trabalhar com a dengue. Então é feito uma reunião com os professores de cada disciplina para que cada um fale sobre o tema sobre a otica de sua disciplina e assim o aluno tem contato com o mesmo tema através de atividades diversas das disciplinas. O projeto possui inicio, meio e fim definidos.

TRANSDISCIPLINARIDADE -  Bill Gates patrocina este tipo de trabalho onde o trabalho é um processo democratico. Quem participa são alunos voluntarios, onde existe um projeto com um tema e este vai ser trabalhado de acordo com o que é encontrado. Por exemplo: um experimento, uma pesquisa, trabalho com alunos infratores.

PROVA DIA 24/04.

BRASIL 2 - aula 12/04

A CONJUNTURA POLITICA DA INDEPENDENCIA (1820 - 1822)

1 - O MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA PORTUGUES:
2 - DO IMPERIO LUSO BRASILEIRO AO IMPERIO DO BRASIL

Um abalo politico acontece em Portugal em 1820 com uma caracteristica de ambiguidade:  para alguns foi uma revolução liberal onde o objetivo era implementar ideais da revolução francesa, derrubar o antigo regime e o absolutismo monarquico. Ficou conhecido em Portugal como REGENARAÇÃO VINTISTA, mais do que revolução  liberal do Porto.

Mas, o que tem de diferente entre essas duas expressoes? Elas estão na contramão. Nos deparamos com a ambiguidade entre passado e futuro, marca do liberalismo portugues: "VIVA A CONSTIUIÇÃO, A RELIGIÃO E AO REI.". Isto é uma adesão solene a constituição e a monarquia, uma mistura controversa. Na verdade a REGENARAÇÃO não quer a mudança das camadas sociais e sim a regeneração dos comerciantes, a volta do rei, em suma a volta do que era antes. Fala-se de liberdade, mas a base da sociedade é escravocrata. Fala-se em igualdade das leis, mas com ressalvas a dimensão juridica. Isto é ambiguo.

Isto é um liberalismo moderado, que procura conciliar os novos valores politicos com os antigos. Desta forma, uma nova ideia de nação vai surgir, onde povo e nação se tornam sinonimos.  É uma volta do mercantilismo, já que a relação entre metropole e colonia deveria voltar, mas a monarquia passa a ser representada pelo parlamento. O desfecho desta situação é o fracasso da união das sociedades portuguesa e brasileira, mesmo possuindo o mesmo ideal do liberalismo. O que as distancia é a ideia de regeneração vintista.

REVOLUÇÃO LIBERAL DO PORTO
Como dito antes foi um movimento liberal em Portugal - 1820 - que reune a elite liderada pelos comerciantes e financistas do reino no porto, já que este lugar era principal fonte de comercio.  Se unem a esta revolução militares, intelectuais, magistrados e juristas.  Acreditam que o absolutismo do antigo regime  é a causa das dificuldades do reino, pois desde 1808 ocorreu a estagnação economica, além do sentimento de abandono diante da partida da corte. Para restaurar Portugal  era necessario o desaparecimento do absolutismo liberal e retornar a um passado, que se trata de uma mudança politica da transferencia da soberania ao poder representativo da vontade coletiva da nação, ou seja, um poder do congresso nacional. Um pais de suditos seria substituido por uma nação de cidadãos, onde todos são iguais diante das leis, existindo as eleições - com restrições a mulheres e pobres. A  forma concreta da soberania seria o congresso, onde a obra mais importante seria a constituição. ESTE É UM MOVIMENTO REFORMISTA, NÃO TÃO REVOLUCIONARIO, pois tem bases no liberalismo, mas procura ainda a tradição.

No inicio esses ideais são compartilhados também pela elite brasileira, mas , existe uma contradição que contamina as relações entre Lisboa e Rio de Janeiro ente 1820  e 1822, onde a ambiguidade se trata do proprio movimento, onde o imperio poderia ser mantido desde que a corte retornasse junto com o monarca para Portugal. Não se queria a re-colonização do Brasil e sim o deslocamento de poder do Rio de Janeiro para Portugal. .Então, a REVOLUÇÃO LIBERAL representa a união das elites dos dois lados do oceano e a REGENARAÇÃO VINTISTA  significa que querem a volta do centro de poder a Lisboa. O ponto de contato entre os dois é o absolutismo visto como vilão da mazelas e calamidades do  presente.

Em Portugal, as cortes passam a dominar a vida politica do reino, que neste contexto historico representa o congresso nacional, o que influencia os acontecimentos ocorridos a partir de 1820.  As principais cidades do Brasil fazem eleições para enviar seus representantes a este congresso. Aumenta-se os debates politicos e ocorre uma maior politização da elite.

Em suma, o embate está em torno não entre Brasil e POrtugal e sim entre liberais e absolutistas.  O foco de resistencia do projeto reformador era o Rio de Janeiro, já que a corte estava aqui reunida em volta a D. Joao, ou seja, absolutistas. Desta forma o Brasil representa o quartel general do absolutismo. Já o reformismo estava representado em Portugal. Então, entre 1820 e 1822 ocorre a disputa entre esses dois centros de poder: Lisboa (congresso) e Rio de Janeiro (sede da regencia), pois mesmo apos a volta de D. Joao ficou aqui o principe regente. Esta disputa aumenta por pressoes de Lisboa para subordinar que o rei que estivesse no Rio de Janeiro jurasse obediencia a nova constituição feita em Portugal, mas D. Pedro resiste. Mas, a regencia ficou fragilizada e D. Pedro se vê acuado, apesar de ainda ter o poder das graças, da guerra, do financeiro - mesmo assim - se vê debilitada economicamente. O congresso de Lisboa estabelece uma instituição chamada JUNTA GOVERNATIVA  onde em cada provincia são eleitos representantes a esta junta, se tornando provincias independentes do RJ, mas vinculadas diretamente a Portugal.  Isso ocorreu porque as elites mais distantes do RJ eram a favor de Lisboa, já que ficavam a margem do poder estabelecido no RJ que era mais determinado pela elite do centro sul. A independencia significa a resolução desta disputa de poder. No Brasil fica um modelo politico hibrido, onde existe a fachada do liberalismo mas na pratica se vê o absolutismo.

Neste contexto vemos alguns agentes historicos importantes:
1 - o congresso de lisboa - onde o objetivo era esvaziar o poder do RJ
2 - elites do norte e nordeste - queriam minar o poder do RJ
3 - elites do centro sul: a favor do poder do RJ - a mudança de poder representaria uma re-colonização do Brasil na cabeça deles e assim os negocios ficariam escassos pois não existiria mais a abertura dos portos. Em suma a ideia era manter o que já existia para não prejudicar os bons negocios.
4 - Regencia do RJ: resistente as ideias liberais

O momento importante se dá com as pressoes do Congresso de Lisboa para o fim da regencia , onde D. Pedro resiste (dia do fico), mas a representa a ruptura final entre Lisboa e RJ. Com a elite desobedecendo Lisboa a separação é o unico caminho.  Com a independencia, as provincias do norte e do nordeste que eram submetidas a Portugal tb ficam independentes, o que existe um descontentamento, e a consequencia disto são as guerras de independencia porque essas provincias não queriam se submetar ao poder central do RJ.  Por isso é dificil falar numa nação chamada Brasil em meio a esses conflitos.

A independencia então representa a vitoria do centro de poder do RJ, capital de um novo país, em relação ao Congresso de Lisboa. Para D. Pedro significou manter os principios politicos, ou seja, absolutistas em desprezo aos projetos liberais de Portugal.

De novo existe uma contradição, pois a independencia é vista como por em pratica principios liberais da Europa. Então, começa no Brasil um duelo interno a partir de 1822 entre absolutistas e liberais do proprio Brasil.

ATE AQUI VAI A MATERIA DA PRIMEIRA PROVA QUE VAI SER NO DIA 3/05

OFICINA III - aula 09/04

O que o historiador produz é mais pratico ou mais teorico? Hoje se dá muito valor a pratica - empirismo - o que praticamente desapareceu a teoria. O que é um erro. O empirismo dá sustento para o que se vai analisar, por isso historiadores não praticam a filosofia. O registro do passado é nosso empirismo,  porque a fonte junto  com a teoria nos faz praticar a ciencia.

A semantica: a lingua nunca vai dar conta dos fenomenos sociais, pois sempre haverá mudanças. A semantica é o significado real da palavra, o que acompanha a linguistica - o que a palavra significa naquele momento.  Mesmo assim, a lingua muda muito menos do que as praticas sociais, pois é limitada em relação a experiencia humana.

Em suma, a mentalidade muda mais lentamente do que as praticas sociais.

MODERNA 2 - aula 09/04

MODERNA 2 - AULA 09/04

A REVOLUÇÃO AGRARIA NA INGLATERRA

Para entender o nascimento das fábricas na Inglaterra é necessario entender as mudanças ocorridas anteriormente nos campos. Foi um amplo processo de mudanças sociais que afetou as mentalidades, cultura e poder, e deu origem a um novo modelo de vida coletiva, afetando desta forma a paisagem rural.

A revolução trouxe progressos tecnologicos - o que é positivo - mas também trouxe perdas o que afetou as relações, pois a percepção de vencedores e vencidos ficou bem marcante.  A essencia fundamental  é um processo denso que atravessa o seculo XVII e chega ao seculo XVIII, onde se vê a distribuição da propriedade de terra, o que levou ao crescimento dos latifundios, engolindo desta forma as pequenas propriedades familiares. Isto representou o triunfo da aristocracia rural dos grandes proprietarios e a opressão dos pequenos e medios proprietarios rurais.

O triunfo do latifundio foi devido principalmente ao cercamento aliado a mudanças politicas e das leis que foram promovidas pela aristocracia. Quanto a criação as leis podemos dizer que se oficializava a compra direta ou até o uso de pressão violenta para que os pequenos proprietários vendessem suas terras - em suma, era uma venda forçada. Isto resultou na diminuição das pequenas propriedades e das terras comunais - onde a terra não é uma mercadoria e sim tem valor simbolico de vivencia comunitaria, para complemento de renda aos pobres. Isto gerou um colapso nos antigos valores dos camponeses. No seculo XVIII pode-se dizer que as terras comunais desaparecem em beneficio da elite rural e derrota dos pequenos proprietarios.

Isso tudo acontece também devido a desagregação social do campesinato ingles, ou seja, os agricultores pobres e tradições que se perderam devido as mudanças nas realidades de trabalho. Isso tem duas faces:
1 - exodo rural que ocorre devido a expulsão de camponeses já que não havia mais terras. Desta forma houve espaço para o crescimento da industria o resulta numa mão de obra farta e barata.
2 - mudanças nas relações de trabalho porque ocorreu perda de antigos direitos que não eram escritos, mas que garantiam a permanencia de viver e morrer na terra, de não passar fome nos periodos de crise, de ter laços morais entre o senhor e o camponês. Esse vinculo moral é trocado por contratos de trabalho, que a principio são de curta duração pagos em dinheiro ou meeiro - metade da produção. Depois o trabalho passa a ser por ciclos e ao final dispensado. Isto serve ao interesse dos empresarios e do lucro.

Em suma, a perda desses valores tradicionais é que faz o campones desaparecer. Ocorre um estreitamento dos laços entre a burguesia em crescimento e da velha aristocracia, relacionado as novas tecnicas de trabalho o que levou ao aumento da produtividade através do uso de novos fertilizantes, tecnicas de drenagens,  novas tecnicas agricolas que leva ao interior a venda de cerais, principal alimento do pobre nas cidades.

A sociedade se torna mais dinamica e as cidades cresceram. Por isso as cidades precisam ser abastecer já que não tinham como atender a demanda crescente. Para tanto entra a industria textil, onde o produto principal é o algodão que vem das américas. Em suma, a elite produz para alimentar a industria, e o mercado se amplia para além de cerais e textil, para comida processada e cerveja.

ATÉ AQUI MATÉRIA DA PRIMEIRA PROVA QUE VAI SER NO DIA 7/05

quarta-feira, 11 de abril de 2012

DIDATICA - AULA 03/04

QUALQUER INSTRUMENTO DE EXAME SERVE PARA AVALIAÇÃO. O QUE MUDA É O OLHAR DO PROFESSOR.

QUESTÕES OBJETIVAS
O aluno faz rapidamente, mas, as questões não contemplam tudo por isso deve-se tb ter questões dissertativas. então, cada avaliação tem o seu momento.

1- a questão de multipla escolha deve ser completa, caso contrario, obriga o aluno a ler de novo o enunciado.
2 - o numero de opções deve ser de 4 a 5;
3- quando ocorre se ser uma questão negativa o NÂO deve vir grifado.
4 - todas as opções devem ser colocadas na mesma folha.
5 - não deve existir opções que dão margem a incertezas.
6 - as opções devem conter o mesmo tamanho.
7 - evitar a opção "estão certas/erradas todas as opções acima"
8 - o lugar da opção correta deve ser feita através da sorte, por um dado e deve-se avisar isso ao aluno.
9 - opções com numeros devem ser colocados em ordem crescente ou decrescente
10- as opções devem ser do mesmo tema, para evitar desorganização do pensamento.

ACASALAMENTO
1- a avaliação deve ter o mesmo tema.
2- só deve ter uma combinação certa para cada par de elemento.
3 - as duas colunas devem ter numero de elementos diferentes.
4 - a coluna maior não deve ter mais que 10 elementos e a menor menos de 4 elementos.

AMERICA II - AULA 02/04 E 03/04

AULA 02/04

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE ESTADO E NAÇÃO

Estado na definição politica é uma dominação juridica de um territorio + instituição politica.

Mas, o estado está contido dentro de nação ou é ao contrário?
Nação somos todos nós. No antigo regime quem fazia parte do estado seria a aristocracia, um privilegio de nascimento. Hoje quem faz parte da elite administrativa é qualquer um que esteja filiado num partido, tendo um aspecto mais democratico. Em suma, nós nos vemos parte do estado,mas fazemos parte da nação. Oficialmente o que existe é o estado-nação, definição do pos independencia na america, pois pressupoe que estado e nação é a mesma coisa, o que na verdade é um disfarce para as pessoas ficassem neste imaginário onde você se sinta incluido no sistema. No Brasil, o futebol foi um projeto politico ajudado pela midia que foi voltado para ter este sentimento que todos nós somos uma nação e que estamos inseridos. É uma ideia que vc faz parte do territorio, onde o nacionalismo é  forjado e a historia é escrita para legitimar o estado nacional. O estado não sobrevive sem a nação e vise versa, porque a nação necessita de organização. Por isso é necessario que exista nação e estado ao mesmo tempo, onde o sistema existe para alimentar o proprio sistema.

No seculo XIX na america latina, inventaram uma coisa chamada cidadania em exercicio. A elite criolla assume a adm do estado e dita regras de acesso para fazer parte do estado, onde o perfil etnico, economico, social e cultural é o que dita a cidadania em exercicio. Desta forma afastam os indigenas da participação politica como candidatos a cargos eletivos, o que também ocorre com as mulheres. O indigena é considerado um ser não civilizado, que não se desenvolveu e este preconceito ocorre até hoje, principalmente na Bolivia. De certa forma, ter acesso ao estado é um privilegio de nascimento. Mesmo os criollos tendo se mobilizado a favor da independencia, qd ficaram representantes do estado pelo privilegio de nascimento, se tornaram conservadores, afinal, ninguem quer perder o poder que conquistou.

 No Brasil houve o cidadão ativo, feito no pos independencia com o objetivo de trazer uma identidade do que é ser brasileiro, e assim se forja um nacionalidade o que impede golpes e revoltas contra o governo, além do sentimento de querer defender a nação em caso de guerra. Para ser um cidadão ativo era considerado um perfil etnico, economico, social e cultural, excluindo desta forma os negros - principalmente o negro liberto para este não ter um papel no estado de comandante da nação - e tb as mulheres.

AULA 3/04

CAUDILHISMO

Caudilhismo é um movimento carismatico de cunho militar, que acontece qd um vacuo de poder ocorre, ocasionando uma falta do poder centralizado e instabilidade e com isso golpes de poder.
A origem deste fenomeno é desconhecida, mas é certo que na argentina teve grande concentração de caudilhos, ao contrario da Bolivia que não ocorreu tal situação.

Como dito antes onde tem caudilhismo não existe uma estabilidade politica, o pais é fragmentado, ou seja, é a respresentação da  não unificação dos estados nação. O caudilho não quer a unificação nacional porque quer o poder na sua região. Para aumentar seu poder ele mata o caudilho da região proxima e assim toma esse poder.

Esses governos eram locais e não entravam em acordo para uma unificação porque justamente todos queriam o poder central.  Além do governo central, queriam regionalizar a nação em busca de territorios de influencia.

O campo então, está com a ideia de barbarie porque tem a ideia de atraso, já que o caudilhismo se fixa por lá e eram a favor da não unificação. Já a cidade  representava a vontade de unificação nacional. O debate que está por tras disto são 2 projetos politicos: FEDERALISMO x UNITARISMO, ou seja, elites regionais contra o governo central. O caudilhismo quer o federalismo para continuar mandando na sua região. O unitarismo é fruto de uma ideia unificadora proposta pelas cidades.

A politica é disputada de maneira agressiva e com o tempo a unificação foi acontecendo.

ATÉ AQUI VAI A MATÉRIA DA PROVA QUE VAI SER NO DIA 24/04

OFICINA III - AULA 02/04

Quando se faz um trabalho acadêmico deve-se ter um debate teórico, onde deve ser colocado autores para se confrontarem/exposição/sintese sobre um tema, dentro de um publico alvo. Isso é uma das criticas que se fazem aos historiadores de que para eles as fontes explicam tudo, como se não tivesse um embasamento e uma discussão teorica.

MODERNA 2 - aula 2/04/2012

O ILUMINISMO COMO NEGOCIO

A enciclopedia foi a popularização das filosofias do seculo XVIII. No inicio a edição era luxuosa, com o interesse os editores fizeram enciclopedias mais baratas no formato in quarto e in oitavo. A tipografia era feita na suiça onde a edição era permitida e contrabandeada para a França - já que lá havia uma censura régia -  até que conseguiu espaço e a censura regia francesa foi abrandando. Para adquirir a enciclopedia era necessario ter condições financeiras e ter dominio da leitura e da escrita. Os iluministas valorizavam a igualdade de inteligencias e do cultivo a razão, então, essa vontade de difundir as luzes a vida coletiva tinha na pratica barreiras financeiras e de alto grau de analfabetismo.

Os grupos de interessados eram heterogeneos. Artesãos e camponeses tinham acesso a enciclopedia em salas de leitura, já que a mesma era cara. A enciclopedia era um sinal de prestigio, de uma elite cultural. O circulo era restrito de letrados e com dinheiro para a compra da enciclopedia, e entre eles estavam os militares, advogados, membros da adm régia e aristocracia.  E a burguesia? E os nobres?

Muitos da burguesia não se interessavam devido a falta de tempo livre ou de ideal de ascensão cultural. O certo para eles era trabalhar e ganhar dinheiro, além de não se sentirem representados pelo iluminismo. Mas isso é um paradoxo, uma contradição, porque no iluminismo a burguesia teve uma ascensão. Isso é devido aos ideais do iluminismo que mudaram o mundo a partir de 1789. O seu impacto foi revolucionario, mas seus filosofos nao eram militantes para tal revolução.

Na verdade a estrategia dos filosofos era que os nobres tivessem a enciclopedia, para que houvesse reformas destinadas a sociedade. Afinal, uma reforma mantem a estrutura e faz adaptações para uma melhora e uma revolução traz uma ruptura, onde as mudanças ficam mais rapidas. Os filosofos queriam uma REFORMA E NÃO UMA REVOLUÇÃO DA SOCIEDADE.  Os filosofos eram homens mergulhados em sua epoca e não queriam comprometer a hierarquia que já existia. Então, mudar a sociedade a partir do trono real, sem causar abalos a hierarquia tradicional era o ideal.

Isso é uma contradição já que existe um descompasso entre os principios teoricos de igualdade arrojados e as propostas praticas timidas por medo de uma mudança drastica na camada social mais popular. A sociedade do antigo regime era rigida, onde a possibilidade de ascensão era dificil.  Esta sociedade da desigualdade é incompativel com a filosofia das luzes. Isso é uma tensão entre teoria e pratica.


O iluminismo foi uma tentativa de "domesticar" o absolutismo, onde o rei está acima das leis, mas que se este rei está a par da filosofia iluminista colocará em prática tal filosofia no seu reino, onde a monarquia mantem o seu poder mas começa a ser utilizada com a razão.


A revolução francesa foi produto do iluminismo?  a revolução francesa foi marcada por origens sociais variadas, tais como a aristocracia, classe media, burguesia revolucionaria, camponeses insatisfeitos.  Então a revolução francesa não foi um produto do iluminismo, mas, a filosofia das luzes deu base para ideais, principalmente quando destaca que a razão deve ser a base para a sociedade se organizar.

terça-feira, 3 de abril de 2012

BRASIL II – AULA 29/03/2012

BRASIL II – AULA 29/03/2012

INTERIORIZAÇÃO DA METROPOLE

1-quais são de maneira geral as criticas  que a autora faz a imagem tradicional da colônia em luta contra a metrópole?

2 – como a autora Maria Odila define o processo de interiorização da metrópole?

3 – quais são os agentes históricos que participaram do referido processo e quais os que dele foram excluídos?

4- como se pode relacionar a interiorização da metrópole e a independência?

PONTOS SOBRE O TEXTO

O Brasil independente não é resultado da visão tradicionalista sobre o fato do conflito da colônia contra a metrópole. Uma nova concepção seria a substituição da imagem do Brasil contra Portugal o que seria uma nova concepção sobre o fim do período colonial e o inicio do Brasil independente.  

A concepção que o Brasil de tornou independente pela ideia de conflito foram resultados de movimentos nativistas que anteciparam a nacionalização brasileira através do relato do conflito colônia X metrópole e heróis brasileiros.

Em contraste com conflito, a autora defende uma ideia oposta, ou seja, não existe uma ruptura e sim uma continuidade essencial. Não existia uma ideia nacional, um sentimento nacionalista . é uma visão anacrônica da visão do Brasil como colônia em conflito com  a metrópole.

Então, que Brasil existia? Existia uma fragmentação, um regionalismo, devido a própria imensidão da colônia, com dificuldades entre uma capitania e outra. Nos habitantes que aqui residiam não existia um laço. Tanto que a bandeira nacional no inicio foi uma tentativa para forjar tal nacionalidade.

Na verdade a independência do Brasil foi fruto de um processo histórico singular, particular. Não foi o resultado de uma revolução brasileira e sim uma guerra civil entre poucos brasileiros.   O ponto de partida está em 1808, pela interiorização da metrópole. Não se trata de uma ruptura com a metrópole e sim de aproximação que se enraíza no rio de janeiro. Então a independência foi feita para deixar as coisas como elas estavam.

Dá para levar em conta cidadania no Brasil do século XIX?  Essa sociedade era baseada no antigo regime, com reis, súditos, aristocratas, plebeus, uma sociedade estamental, com regime escravocrata que agrava a divisão social. Então falar em igualdade nesta época não faz sentido, pois a palavra cidadãos não se aplica a realidade desta época.  A ideia de povo pressupõe um ideal de igualdade, o que não existia no Brasil.  Existia  uma conservadoria,

Então  o obstáculo para nacionalidade  são os conflitos regionais e a separação aguda entre a elite branca com a população formada por escravos.  
A principal preocupação da elite é o controle social para não dar margens a rebeliões, afinal, existia um abismo da elite e a população pobre, alem dos regionalismos.

A grande mudança, a interiorização da metrópole acontece restritamente num circulo da elite luso brasileira, onde o ponto de partida é 1808. para a massa escrava entre 1808 e 1822 não houve mudanças fundamentais.  Esta interiorização foi um processo  de aproximação das elites na pratica, uma absorção da burocracia da metrópole no sentido ideológico.  É uma elite que depois de alguns anos foi a dirigente no Brasil.

A semente plantada em 1808 vai se concluir em 1853 com a formação da nação brasileira. Mas esta formação algum dia se concluiu, já que a ideia de nação está ligada a um ideal.  Afinal, em 1808 não prevaleceu ideais e sim interesses. Por isso, com o tempo portugueses e brasileiros bem nascidos vão se enxergar através de uma identidade voltada para seus interesses, através de relações comerciais e até casamentos.  Isto exclui a maior parte da população até mesmo a elite situada longe do rio de janeiro, pois na sociedade de cortes não há separação entre o publico e o privado, daí a distancia ser um obstáculo para esta relação de poder. O projeto do estado brasileiro então é excludente e elitista.  Desta forma o brasileiro pobre é mais estrangeiro aos olhos da elite daqui que o português.

Desde a interiorização da metrópole em 1808, se mostrou impossível a volta do Brasil com suas características anteriores, então seria interessante manter a sociedade na forma como ficou e a saída para tanto foi a independência.  Não existia uma identidade nacional, o que importava é que os interesses fossem mantidos e a independência foi um meio para isso, com o propósito de conservar e manter o funcionamento da metrópole, mantendo o Brasil a salvo do iluminismo e do liberalismo europeu. O Brasil então se tornou um refugio do absolutismo régio, afinal, a figura do monarca é forte. Por isso a decisão reacionária de manter a escravidão.

Então, a marca fundamental da independência é de permanência.