O ILUMINISMO COMO NEGOCIO
A enciclopedia foi a popularização das filosofias do seculo XVIII. No inicio a edição era luxuosa, com o interesse os editores fizeram enciclopedias mais baratas no formato in quarto e in oitavo. A tipografia era feita na suiça onde a edição era permitida e contrabandeada para a França - já que lá havia uma censura régia - até que conseguiu espaço e a censura regia francesa foi abrandando. Para adquirir a enciclopedia era necessario ter condições financeiras e ter dominio da leitura e da escrita. Os iluministas valorizavam a igualdade de inteligencias e do cultivo a razão, então, essa vontade de difundir as luzes a vida coletiva tinha na pratica barreiras financeiras e de alto grau de analfabetismo.
Os grupos de interessados eram heterogeneos. Artesãos e camponeses tinham acesso a enciclopedia em salas de leitura, já que a mesma era cara. A enciclopedia era um sinal de prestigio, de uma elite cultural. O circulo era restrito de letrados e com dinheiro para a compra da enciclopedia, e entre eles estavam os militares, advogados, membros da adm régia e aristocracia. E a burguesia? E os nobres?
Muitos da burguesia não se interessavam devido a falta de tempo livre ou de ideal de ascensão cultural. O certo para eles era trabalhar e ganhar dinheiro, além de não se sentirem representados pelo iluminismo. Mas isso é um paradoxo, uma contradição, porque no iluminismo a burguesia teve uma ascensão. Isso é devido aos ideais do iluminismo que mudaram o mundo a partir de 1789. O seu impacto foi revolucionario, mas seus filosofos nao eram militantes para tal revolução.
Na verdade a estrategia dos filosofos era que os nobres tivessem a enciclopedia, para que houvesse reformas destinadas a sociedade. Afinal, uma reforma mantem a estrutura e faz adaptações para uma melhora e uma revolução traz uma ruptura, onde as mudanças ficam mais rapidas. Os filosofos queriam uma REFORMA E NÃO UMA REVOLUÇÃO DA SOCIEDADE. Os filosofos eram homens mergulhados em sua epoca e não queriam comprometer a hierarquia que já existia. Então, mudar a sociedade a partir do trono real, sem causar abalos a hierarquia tradicional era o ideal.
Isso é uma contradição já que existe um descompasso entre os principios teoricos de igualdade arrojados e as propostas praticas timidas por medo de uma mudança drastica na camada social mais popular. A sociedade do antigo regime era rigida, onde a possibilidade de ascensão era dificil. Esta sociedade da desigualdade é incompativel com a filosofia das luzes. Isso é uma tensão entre teoria e pratica.
O iluminismo foi uma tentativa de "domesticar" o absolutismo, onde o rei está acima das leis, mas que se este rei está a par da filosofia iluminista colocará em prática tal filosofia no seu reino, onde a monarquia mantem o seu poder mas começa a ser utilizada com a razão.
A revolução francesa foi produto do iluminismo? a revolução francesa foi marcada por origens sociais variadas, tais como a aristocracia, classe media, burguesia revolucionaria, camponeses insatisfeitos. Então a revolução francesa não foi um produto do iluminismo, mas, a filosofia das luzes deu base para ideais, principalmente quando destaca que a razão deve ser a base para a sociedade se organizar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário